quinta-feira, 16 de abril de 2009

MOMENTO DE REFLEXÃO


Diariamente, deparamo-nos com situações na sociedade portuguesa extremamente difíceis de digerir.
Através dos órgãos de comunicação social, tomamos conhecimento dos mais variados problemas que presentemente afectam em muito a vida da maior parte dos cidadãos, quer vivam nos grandes centros, ou no interior muitas vezes esquecidos e marginalizados pelo poder político, com excepção dos períodos pré eleitorais.
A nossa auto estima, pauta-se cada vez mais, por níveis muito baixos, consequência de um período de vivência extremamente difícil que a crise económica e financeira global veio ainda agravar mais.
É previsível que por este andar, nos tempos mais próximos a vida de uma boa percentagem de portugueses vai tornar-se cada vez mais difícil, isto porque em meu entender, aqueles que através do nosso voto foram escolhidos para encontrar soluções de forma a atenuar as consequências da situação, não têm correspondido minimamente ao que deles era esperado, apesar de discursos e visitas altamente empolgadas mas sem efeitos práticos.
É em minha opinião, demasiado evidente que pese embora todos os contratempos de conjuntura económica, o principal problema do nosso país reside principalmente na grande falta de liderança existente nos nossos políticos.
Porque a minha actual situação”Desempregado” permite-me uma grande disponibilidade de tempo, preocupo-me o mais possível em me informar acompanhando os debates e artigos de opinião de autoria de muitos e bons especialistas que o país felizmente ainda tem.
Todas as estratégias anunciadas contra a crise, não passam de meras boas intenções, isto porque não trazem resultados imediatos ou a curto prazo que nos façam acreditar numa recuperação.
O desemprego é presentemente um dos maiores flagelos que afectam a sociedade portuguesa, diariamente somos bombardeados com notícias de empresas e fábricas a encerrar e que enviam para o desemprego, homens, mulheres, jovens e menos jovens que de um momento para o outro se vêm numa situação que só os que são directamente afectados sabem quanto custa.
Os números de desempregados anunciados por parte do governo, não estão de acordo com os emitidos por outras entidades como o INE- Instituto Nacional de Estatística.
São uma mentira porque não estão a ser contabilizados todos os que não têm emprego, mas apenas os que estão inscritos nos diversos centros e que estão a receber subsídio.
Os centros de emprego, sob a direcção do IEFP- Instituto de Emprego e Formação Profissional, são um autêntico elefante branco para este governo, onde os problemas dos desempregados não são minimamente resolvidos por um conjunto de administrativos licenciados que estão numa situação profissional estável e privilegiada e sem a preparação adequada para tentar resolver ou ajudar a resolver os problemas de cada um.
Falo por experiência sobre o tipo de relacionamento e do discurso frio e distante utilizado para com os desempregados, fazem-nos sentir culpados por nos terem empurrado para esta situação.
Depois, vêm as incompreensíveis apresentações quinzenais que não servem para controlar nada pois, apenas na data prevista é trocado um papel por outro com uma nova data de apresentação.
Também aqui me parece que este sistema foi criado para beneficiar alguém menos o desempregado, porque não se vislumbra qualquer utilidade neste processo.
Aliás este processo inicialmente entregue às juntas de freguesias, foi rejeitado por algumas autarcarquias, não fazendo sentido que um residente numa determinada área tenha de fazer as suas apresentações numa freguesia diferente da sua residência.
Talvez fosse preferível usar as juntas de freguesia como elemento privilegiado na relação com o desempregado, aproveitando desta forma as diversas competências destes para a realização de funções em prol da comunidade.
A crise económica, contribui sem dúvida para o agravamento do desemprego, mas casos haverá em que alguns responsáveis pelas empresas se aproveitaram da situação para se livrarem das suas responsabilidades para com a sociedade isto porque, em Portugal há mais patrões do que verdadeiros empresários, mas também muito provavelmente não estarão a ser criadas todas as condições de apoio aqueles a quem se justificava e paralelamente a devida penalização aos outros que não cumpre devidamente o seu papel na sociedade.
Para isso era necessário um rigoroso controlo de forma a não ser possível encerrar empresas a seu belo prazer mas também não é com a concessão de crédito a empresas já com extremas dificuldades de tesouraria que se recupera a economia.
Naturalmente, não estou de acordo com os apoios que as finanças públicas têm dispensado a alguns grupos financeiros.
Naturalmente, não estou de acordo com os altíssimos valores atribuídos às reformas e aos vencimentos de muitos empresários e políticos da nossa praça, era prioritário terem sido já decretados tectos máximos para os vencimentos e reformas de algumas elites, pese embora não resolvesse de todo o problema, transmitia uma imagem bem diferente aqueles que sobrevivem com valores inferiores ao SMN.
O país precisa de soluções, caso contrário corre-se o sério risco de virem a ocorrer graves conflitos sociais que nem o permanente optimismo do nosso primeiro-ministro e da sua equipa governativa evitará.
Naturalmente, nem eu nem qualquer cidadão de bom senso poderemos estar de acordo com o que se vai acontecendo com a política de justiça deste país.
Os corruptos, violadores, pedófilos, assassinos e os autores de violência doméstica continuam a actuar a seu belo prazer, continuando a serem aceites os recursos só porque o condenado não concorda a pena atribuída.
Os processos judiciais mais mediáticos nunca mais têm fim e algumas decisões que deixam qualquer um pasmado.
Permite-se que se mantenham em liberdade elementos de perigosos gangs e manda-se para a cadeia o homem que roubou um telemóvel, a mulher que roubou um perfume no supermercado ou a mulher que não pagou a coima por não ter adquirido o título de transporte.
A quem interessa que a nossa justiça funcione deste modo?
A quem interessa que o departamento especializado em crimes económicos, nunca mais seja posto a funcionar e que na actual legislação, não seja ainda contemplado o crime de enriquecimento ilícito, que escutas telefónicas, filmes e vídeos não sejam admitidos como provas
Naturalmente que não posso concordar com o estado da saúde em Portugal, quando frequentemente se assiste a relatos de negligência médica, de esperas nos serviços de urgência que chegam a atingir dezoito horas e a diagnósticos incorrectos dos serviços de emergência médica com algumas consequências bem conhecidas.
Actos de negligência médica são relatados frequentemente, outros serão abafados por gente poderosa face á debilidade do doente e muito raramente se apuram os responsáveis.
Uma consulta de oftalmologia tem lista de espera superior a um ano, o mesmo acontece a quem necessitar de uma consulta de estomatologia.
Mesmo assim pretende-se eliminar o SNS- Serviço Nacional de Saúde, criado em 1979 e que assegura o direito á saúde (promoção, prevenção e vigilância) a todos os cidadãos.
Corremos o risco de os seguros de saúde, absorverem um direito que muito nos custou a conquistar.
Na educação, o estado das coisas não muda muito, o diferendo entre o ministério da tutela e os professores não serve a ninguém, pede-se naturalmente um pouco mais de bom senso de todas as partes envolvidas para bem de todos.
As constantes notícias de actos de indisciplina nas escolas, têm de terminar sob pena de se estar a formar jovens que daqui a dez anos, são uns marginais, mas não se peça à escola nem aos professores que desempenhem esse papel porque esse trabalho é da exclusiva responsabilidade dos encarregados de educação.
Não adianta responsabilizar o estado por este estado de coisas, é tempo de exercermos o nosso papel de cidadãos sendo cada vez mais activos, participativos e intervenientes.
Temos de uma vez por todas de nos habituar a fazer política, conscientes de que o preço apagar por não a praticar, será o de termos a governar-nos quem não lá queríamos que estivesse.

1 comentário:

  1. Olá,

    Pois muito bem. o "pontapé de saída" foi dado muito bem e em grande estilo. Agora é só continuar com "conversas ao acaso" para todos podermos ver e fazer algo sobre os mais diversos assuntos.

    Parabens pelo blogue.

    Xana

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